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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Inques-tionável papel do Pai...

por Lélia Cristina Bueno de Melo

A SACRAMENTALIDADE do papel do pai é tão inques-tionável na formação dos filhos, que sua ausência ou minimização, deixam marcas irreversíveis nos mesmos.
Associando níveis crescentes de divórcios e nascimentos fora do casamento, com o aumento de distúrbios psico-sociais, é que governos, líderes religiosos e profissionais da educação, estão convocando os homens a assumir maior responsabilidade na educação dos filhos, enfatizando que está na hora do pai voltar para casa. Portanto, não um pai de final de semana, não um vice-mãe ou um baby siter, nada de neutralidade, mas o progenitor forte, o repre-sentante da lei moral, a segurança afetiva, a autoridade, o porto seguro da mulher e dos filhos.
A sustentabilidade que o pai confere ao lar, nenhum prestígio na vida pública pode compensar. Sua missão na família é definido-ra, e recuperar o seu posto, uma exigência crucial.
Ainda que o mundo profissio-nal o solicite, a família é o seu aporte primeiro, e é lá que ele deve ser o que ninguém mais pode, pois, por legitimidade, o trono é seu.
Nem todo pai serve. Impres-cindível, é o pai afetivamente pre
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sente, moralmente comprometido e que ama a mãe dos seus filhos.
São os pais, diferentemente das mães, que dão mais segurança às crian-ças, eles são mais lúdicos, têm brincadeiras mais criativas, tocam mais fisicamente, o que ajuda as crianças a lidar com suas emoções, a perder o medo e ter mais ousadia.
"O pai – dê espaço para ele", foi a manchete de uma revista brasileira em que se destaca a interferência excessiva da mãe na relação do pai com os filhos. É fundamental que haja um relacionamento íntimo e real, de profundo interesse e e-fetiva participação do pai na vida dos filhos, mesmo nos eventos mais triviais.
Em um século tão desmasculinizado, numa sociedade tão sem pai (40% dos lares brasileiros são de mães e filhos) sabemos que muitos exercem, não somente dissimulam, uma paternidade real, marcadamente envolvida com a causa dos filhos e ativos na sua missão.
Polaino-Lorente, catedrático de Psicopatologia, refere-se às modifica-ções que há de fazer o homem, desfazendo-se dos rígidos e equivocados estereótipos que a sociedade impôs à afetividade masculina, para atuar de forma sadia na educa-ção emocional dos filhos.
Nunca termina a capacidade de se melhorar como pai, afinal, cada filho que nasce é tão irrepetível!... Não é preciso posar de infalível, pelo contrário, suas lutas e suas fragilidades são oportunidades de ouro para ensinar e, se for preciso, pedir perdão e recomeçar, sem medo de ferir a autoridade, porque a respeitabilidade se situa na sinceridade.
Pais são homens, nem por isso lhes cabe um afeto inexpressivo, portan-to, compatibilizar razão e disciplina, com ternura e diálogo, é a grande sacada.
Senhores pais, vale a pena ser herói na intimidade e ganhar medalhas dos filhos, afinal, não basta ter filhos, tem que ser pai; além do mais, os filhos re-conhecem a paternidade de Deus, olhando a paternidade do seu pai.

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